segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Signos: Poemas-Instalações

 

No cosmo

A saga

Do viageiro

Carl

Sagan

Um pálido

Ponto azul

Incontido

De eternidade

Dentro e fora

Não sendo nada

Além de desejo

De firmamento.                      Moduan Matus.




 

Teo ria

No teatro

Que desatrofia

Enquant(o)

Drama

De Paulo

Bio

Via

Vianinh(a)

Ironia

Descrever

A mais

Valia.                                    Moduan Matus.




 

Definindo o objeto:

A consciência

Conciliando

Conceituando

Estruturando

Direcionando

Princípios de fenomenologia

Feito

Edmund

Husserl

Cheio de razões

Mutantes

Dos estados mentais.                      Moduan Matus.

 




Conceição

Albu(querque)

Os versos

Perfil(em)

Sombras

De antes

De vozes

Do agora

Anônimas

Próprias

Em querências

E bucolismos

Refulgindo

O amanhã azul.                          Moduan Matus.

 



Em feira livre

De Duque

De Caxias

O cordel de

Francisco

Barboza

Leite

Redesenh(a)

Poesia

Num voo

Em ânfora

De enigmas.                             Moduan Matus.

 


Aposte

No graffiti

De cabeça

Feito por

John

Howard

E a comunicação

Será

Por todos

Sentida

Em qualquer

Lugar.                                      Moduan Matus.

   



Como tesouro imortal

A poesia necessária

E a felicidade

São quase nada.

Pode perecer

Romance no dial

Narrando tardes radiofônicas

Na fibra

No salto da inquieta

Maria

Muniz

Para mulheres

Quiçá homens

Que ousam hoje

No social

Que ela sempre quis.                    Moduan Matus.

 



Ossadas sobre ossadas

Descende

Flui a poesia

E o rio caudaloso

Avança em avalanche

E cálcio

Entre o pó

Do Pará.

O poema

De Paulino

De Almeida

Brito

Molha o horizonte

Noite em claro

Despertando auroras

De novos dias.                            Moduan Matus.

 



Moa-se

Em sí

Sinas em

Sinais

Insinua

Moaci

Cirne no

Cerne e na

Verve da

Sinuosa

História

Quadricular.                        Moduan Matus.

 




A poética

Da natureza

Das coisas

Sabiamente

Diz

Lucrécio:

Vem

De dentro do

Invisível

Liberta

Do medo

E torna

O mundo

Possível.                         Moduan Matus.

 



Abc de xácaras

Em últimos

Harpejos

Apeam

Em Sílvio

Romero

Recolhidos

Em elos

Fabulosos

De tradição

Do cancioneiro

Brasileiro.                       Moduan Matus.

 



À beira

Ibérica

Xosé A. Neira

Cruz de

Santiago de

Compôs

Tela

E prata

Na feira

Deste lado

Aquarela

Destinada

Destilada

Fermentada

Fervilhada

Polvilhada

De histórias

E de Castela.                          Moduan Matus.

 



Na flor do dia

Na pedreira da vida

No sindicato dos bichos

E na marreta da morte

O cordel

Xilogravado

E encantado

De Minelvino

Francisco

Silva:

Precioso garimpado.                         Moduan Matus.

 



Na voragem

Construtivista

A poesia

De Iliá

Selvínski

Atravessa

O mar

E o vento

Uivante

É o eterno

Declamar.                                    Moduan Matus.

 



No binóculo

Contos do

Arco-da-velha

De Alberto

Figueiredo

Pimentel

E uma carochinha

De Macaé

Ao universo

Pelo Rio

Vai passando

(d)e(s)correndo

Narrando

Encantando

E significando.                       Moduan Matus.

 




Na dispersão

De Mário

De Sá-Carneiro

O que permanece

Enlouquece

Até que retorne

Ao que não havia

No meio

Do ser

Entre

O inferno

Do gelo

E o fogo

Do céu

Na hipotermia.                          Moduan Matus.