terça-feira, 1 de outubro de 2019

Signos: Poemas-Instalações


Da tarde
O rumor
Das ondas
Da Praia
Do Anil
Onde
Benedita
De Azevedo
Silva
Banha-se azul
De haicais.                        Moduan Matus.




Da bicicleta
Do agora
Elada em aros
Os olhos da rua
Num emaranhado
Inquietante
De história versejada
Que Marcio
Rufino
Adocica
Todo em amor
Que aqui está
Marcando o rodar
No solo das horas.                  Moduan Matus.





As aventuras
Da dialética
Nos tempos
Modernos e
Maurice
Merleau-Ponty
Pontuand(o)
Ambíguo
Do homem
Inconformado
Com o outro dia
Do coletivismo
Exacerbado.                     Moduan Matus.




Do interesse visceral
Nasce a opinião
Corrente
Em fio de memória
Feito cinema de
Eduardo
Coutinho
E o desejo na boca
No lixo
Marcando cabras
Feito gado
Por dogma
Capital
E pecado.                          Moduan Matus.





A tempestade da vida
Deixa a cada um
Duras lições.
Eis a contestação
Necessária
A gerir a força
Do argumento
Dando sentido
As coisas brotantes de
Florestan
Fernandes
Em era cabal
De revolução
Social.                                 Moduan Matus.





Sem verdades
A teoria
De Paul K.
Feyerabend
É pela filosofia
De que tudo vale
Enquanto
Sabedoria
E mais
Se tiver
Um toque
De anarquia.                     Moduan Matus.





Ana
Martins
Marques
Marc(a)
Arte das armadilhas
Em vida submersa
Num marinar
De alhos
E bugalhos
No peso oco
Do coração
Naufragado no dilúvio
Pessoal.                                          Moduan Matus.





De Georges
Braque
Base
E baque
De indisível
Cubismo
No vibrar
Do violão
E no violar
De vento
De asas
No desejo de tocar
Mais as coisas
Da imaginação.                     Moduan Matus.




No silêncio 
Axiomas de
Kostas
Axelos são
Argumentos
De um pensamento
Em desdobramento
Desafiando
A filosofia
Tribal
Emplacada
Nessa mesmice
Trivial
Nesse querer
De hedonismo
Visceral.                               Moduan Matus.



Foto
Linguagem
Apanhados
De Roberto
Maia
Capturam
Cânones
Com cada um
No vórtice
De cada um
Olhando
Único
Sublimar.                            Moduan Matus.        





A estética
Dos retângulos
Perpassa
O branco
Sobre o branco
E sequencia
Os quadrados
Num construtivismo
Selando o espaço
No tempo de
Kazimir
Malevitch.                                         Moduan Matus.  





Os e as empurram
Anos a fio
Por tal final dos
Anos sessenta
E a poesia participativa
De Jurandy Santos
Perdida/achada/desvairada
Meio aos prédios do burguês
E Joãozinho
Cotidiano
Desenhando no cenário
A vida das ruas
De famintos proletários
E lotados ônibus
Diários.                         Moduan Matus.





Interagir
Ao conhecer
E desenvolver
Para surgir
Superestruturas
Incognoscíveis
De alto ser?
Diz
Louis
Althusser
Não
Proceder.                    Moduan Matus.





Alceu
Amoroso
Lima
Ensaia
Nos mitos
De nosso tempo
Tristão de
Ataíde e
Os adeuses
Da realidade alçada
Do solo humanitário
Em críticas
Infundadas.                    Moduan Matus.





Ante
O uivo
Parte
Ao chamado
Selvagem
Jack
London
Contando em
Socializantes
Aventuras
O vigor
Das agruras.            Moduan Matus.