quarta-feira, 1 de julho de 2020

Signos: Poemas-Instalações


Chorando
Por amor
E desamor
Numa rancheira
Repleta
De recados
Segredos
E dor
Chavela
Vargas
A flor
Desafiando
Para toda a vida
As marcas
Do passado.                     Moduan Matus.





Vermelho
O coração
Não toma sol
Instiga
Sentidos
Humanizando
Em nós
O que se lê
Do dizer
De Bartolomeu
Campos
De Queirós.              Moduan Matus.




Pleno dia ser
Tintin por
Quinquin e
Samuel
Feijóo
Cantando
A pobreza
E a riqueza
Camponesa
Pintando
A cultura
Do despertar
Delineando
Pelos signos
Da tradição popular.             Moduan Matus.




Que bom te ver
Viva
Visão
Lúcia
Murat
Brava
Em doces poderes
De fêmea brasileira
No olhar
Na memória
Em contar
Como queira
Guerreira!                               Moduan Matus.





Como um pássaro
Pousado no fio
Da meada
Rainer
Wirner
Fassbinder
Faz relacionando
Em fitas
Conflitos
Bestas humanas
E a perfídia
Que corrói a alma
Numa corda bamba
E escorregadia onde
Nem todas as lágrimas
São amargas.                          Moduan Matus.





Varal de poemas
Ao sabor do vento
Na Carioca
São asas da literatura
Independente
Em ir e vir
Por pousos e restauros
Na Banca Nacional
Calcada calçada
Que se instaura
Pelos pés
De letras
De Douglas
Carrara.                                 Moduan Matus.





Ondas cinéticas
Efeitos feitos fractais
São progressões
Projeções cinecromáticas
Primazias de
Abraham
Palatnik
Em movimentos das cores
Ordenadas no espaço
Instaladas em jogos óticos
Em objetos-luz
Onde a arte seduz.                    Moduan Matus.





Fotografando
A Amazônia
Ao Equador
Rolf
Blomberg
Escritor
Protegeu
Defendeu
Documentou
Filmou e
Casou
O que a terra
Para a arte
Preservou.                     Moduan Matus.





Na rua
Orla ativa
Carlos
Scliar
Cria
Inovando em métodos
Pertencendo sentidos
Preservando dunas
Gravando imagens
Temperando redes
Pintando murais
Ilustrando casos
Donde tanta arte
Da natureza se faz.                           Moduan Matus.





Imóvel
O todo
De um
É
E não passa
De aparência
Restando
Saber de
Xenófanes
Sobre
O giro
Da terra.                                       Moduan Matus.






Na casa grande
Do médico/futebolista/poeta
Ézio de Oliveira
Rocha
Só o muro
E os pés de fícus
Sem viços
Ficaram
Para ver se arrastar
Agonizante progresso
Perdendo a memória
Mas
Ali há ainda simbioses
Fusões e gêneros
Que o espaço
Aguarda para a história.               Moduan Matus.





Difuso
Em poesia
Du Fu
Fugia
Em rastros
Querelas
Que difundia
E da fúria
Ele esculpia
Em alabastro
Bandeiras
Fugidias
Dos mastros.                          Moduan Matus.





Isabel
Pons
Põe
Metas
Relevantes
E gravuras
Traçantes
Em metais
Expondo
Estupendas
Estampas
Visuais.                                 Moduan Matus.





A mesmice
Não tira ninguém
Do normativo
São micropoderes
De podridões
Da qual fala
Michel
Foucaut
Em controles
Periféricos
De belos
Argumentos
No oba oba
Irônico
Do lugar
Morado de estigmas.                     Moduan Matus.





Chapéu e violão
De Robson
Gabiru
Saúdam mesmo
Mudando de lugar.
Irreverência
Humor
Músicas
Do compositor
Na memória vão ficar
O trem na onomatopeia:
Pataco-pataco!
Toda hora vem lembrar:
A arte ímpar
Nos pares
Revive no criar.                          Moduan Matus.




O que revoluciona
As massas
São os movimentos
Sovas
De compressão
Do mais abaixo
Onde
Uma transversal
Rosa
Luxemburgo
Indica
Filosofal decisão:
Tudo pode escoar
Pelo ladrão.                        Moduan Matus.






Tergiversações
Desfiguram
Plasticidades
Periféricas
Contidas em
Jean-Michel
Basquiat.
Viciosos consumos
Moldam em moda
Dissimulando
A urbanidade
Como se fosse
Somente
Ilusão.                                Moduan Matus.