terça-feira, 2 de outubro de 2018

Signos: Poemas-Instalações


O mais
Augusto dos
Anjos
Cupidista
Sem estanque
Sangrava poemas
Na degenerescência
Da carne viva de amores
Até que outras paragens
Saíssem do corpo
Hematoidroses
Revelando sonhos
Escarros & setas
E todo o anacronismo
Das dores.                                                            Moduan Matus.





Júlio
Ludemir
Rima em rim
Por rim
E pede de luto
As partes
Do bom no ruim
Partes decepadas
Compradas
Cicatrizadas
Em fugas
Em confins
Partes intermediadas
(in) vertidas
(in) filtradas
Traficadas
(ou investidas)
Que partem
Pela vida assim:
Amputadas
Feitas de nós
Ou em
“Pedaços de mim”.                                     Moduan Matus.





Rebelado
François
Rabelais
Prega que
Não se empurra
Pela gargant(u)a
E que o amor
Revel(a)
Livre
Consciência.                                     Moduan Matus.





Abre alas
Vão passar
Francisca
Ou
Luís
Gonzaga
Luz in(do)
Cancioneiro
Popular
Forró
Bodó
Asa
Branca
(até o ou a)
Lua inspirar
(deles)
Mais capacidades
De criar.                                                  Moduan Matus.




Um modelo vivo
De Astréa
El´Jaik
Movimenta
A celulose
E o silêncio
Pelos quatro
Cantos
Apontando
A (o)posição
A (re)ação
Do que pode ter
No que não há via.                    Moduan Matus.        





Pairava de ordem:
Um gato
Em terceira idade
Pula cercas telhados
Numa luta desarmada
Para rever radicais chiques
Em seus aparelhos
Entre Miguel
Marcelo
Onde Paivas pairam
Armando seus diques
Povoando acima.
Já que algumas garras
De chumbo ainda
Seguram o passado
Dentro do amanhã.                           Moduan Matus.




Sombras de
Alexandre
Fávero em
Sustentáculo
De trajeto
Formam o teatro
Chapado no anteparo
Onde revivem lendas
Reiluminadas
Por João
Simões
Lopes
Neto.                                 Moduan Matus.





Viagem
Um dia a mais e
Eis histórias!
Só no primeiro segundo do relógio
Em que paramos para esperar.
Basta abrir uma janela para
Assis
Brasil
Ter três lados
Até a vista (al)can(ç)(s)ar.
Sonhos adormecem a paisagem
O que se sente é o presente
Breviário que somos.
Ricardo
Bueno!
Nada precisará com tamanha exatidão o
Que (só) você vê neste dia de viagem.                              Moduan Matus.





O fantasma do
Destino
Soa ao
Luar de
Bonn:
Bong!
Bong!
Uma tempestade
Envolve
Ludwig
Van
Beetho
Ven
Entre a bigorna
E o martelo
Numa
Campânula.                         Moduan Matus.






Os dias da terra
O vento divide
Em dois:
Negros
Claros
Lama & barro
E o poeta
Carlos Ronald
Rola tudo em rolo
Compressor
Donde a palavra
Ave
Voa
Soprando
Da cinza ao pó
Atravessand(o)
Relógio.                                       Moduan Matus.