segunda-feira, 1 de junho de 2020

Signos: Poemas-Instalações


Noite cheia
A(s)cende
Letras na
Carne
E caminha
Numinissertão
Soçobrado
Sob o luar
Do poetizar
De Nonato
Gurgel
Em sua verve
Indelével.                          Moduan Matus.





Plateias
Sombrias
Expostas
Ao melodrama
Pictórico de
Honoré
Daumier
Encerra
Em nó
A corda
Das corjas
Nas ruas
A espreita de
Expropriações
(des)humanas.                         Moduan Matus.









Escritores e suicidas
Que se prezam
Não dão bistecas
Aos gatos
Das famílias
Terrivelmente
Felizes em
Caraminholas.
Oba!
O churrasquear
No Bar Obá
E em contar
Marçal
Aquino observa
Melhor a pele da
Mulher filé
Passando do ponto
Caralho!
Que deleite.                         Moduan Matus.








Soma Jan
Amos
(Comênio)
Komensky
Tudo a todos
Em concepções
Para se aprender
Brincando
Por um fazer
Querendo
O despertar
Pensado de
Experimentações
Da realidade social
Harmonizando
O mundo caos.                        Moduan Matus.








Poetrix(a)
Goulart
Gomes
Miniverseja
José de Castro
Verdejando
Alvíssaras
Intituladas e
Ensopadas
Ao sol nascente
Além dos haicais
Em outros brotos
Aos olhos
E mananciais.                       Moduan Matus.






Sente
Gil
Vicente
Que recende
A visão
O sórdido
Tampão
E passa
No papel
O carvão
Que pelo
Podre
Poder
Se fará em
Cinzas
Da desilusão.                     Moduan Matus.      






Rosângela
Rennó
Remove e
Renova a
Arte
Reintegrando
À glória
Efêmera
Objetos e
Imagens
Do esquecimento
Dali
Do entrecort(e)
Contratempo.                    Moduan Matus.







Povoad(a)
Paisagem
Mareada
Dos arredores
Continu(a)
Mesma
Reboco
Para as cores de
Francisco
Rebolo.
Só o timão
Muda
De mãos.                   Moduan Matus.





No morro
A fotografia de
Maurício
Hora
Transforma
Miudezas em
Riquezas e
Revel(a)
Providência(l)
Arma
De transformar
A favela
Em referência
Pelo olhar.                          Moduan Matus.





Com a pena
Sobre a pedra e
A luneta mágica
Sob a nebulosa
Joaquim
Manuel de
Macedo em
Paquetá
Amorenando
Em cor de
Carolina
O primeiro e
Augusto
Romance brasileiro.                 Moduan Matus.








Além do
Limite
Do inútil
De cada um
Imagens
Filmagens
E a obra-prima
Desconhecida
É Mário
Breves
Peixoto em
Mangaratiba
Experimentando
Totais
Possibilidades.                             Moduan Matus.







No Douro
A luz de
Abílio
Guerra
Junqueiro
Trás-os-Montes
Anticlericais
Para que
Os simples e
Vencidos
Da vida
Obtenham
Valores morais.                         Moduan Matus.







A cerimônia
Da inocência
A partida sempre
E depois
Nosso exílio
O rádio
O teatro
A crítica
Ou alguma
Invenção triste
Na produção de
Sérgio
Viotti
É o que mais conta.                           Moduan Matus.






O logocentrismo
Em teses
E as antíteses:
Marretas
Das desconstruções
Pela dialética cultural
Desafiando o gume
Da lâmina assassina
Desde que
O homem é mulher e
A mulher é homem
Na deriva de
Jacques
Derrida.                                  Moduan Matus.






O alvo
De Álvaro
Por Bernardo
Guimarães
É interseção
Posse e
Libertação
E se instaura
No planeta
Isaura.                            Moduan Matus.