Açúcar gema
Trigo coco ralado
Eis: bom-bocado.
(Moduan Matus)
Crisálidas guardam
Na soleira da janela
Cores mais belas.
(Moduan Matus)
Lascas de coco e
Pedaços de rapadura
Doce cultura.
(Moduan Matus)
De pé quebrado
O verso caminha.
Que brado!
(Moduan Matus)
Lendo Bashô
Em Paracambi, logo,
Um haicai, escrevi.
(Moduan Matus)
Nuvens sem o véu
Formam a malhada
No pasto do céu.
História adiante
Debruçada no livro
Menina distante.
(Moduan Matus)
Uma ideia genial
É sempre o nosso reciclar
Se voltar ao natural. (Moduan Matus)
Como a um ovo
A cobra olha a lua
E sonha o dia. (Moduan Matus)
Deslumbra, único
O sol e nem por isso ofusca
Outros movimentos. (Moduan Matus)
Brota da fonte
O vaivém da vida
E ao sábio canta. (Moduan Matus)
O vaivém da vida
E ao sábio canta.
Em vice-versa
Os vãos que atravessam
Pontes no tempo. Moduan Matus
Um abacaxi
Em infrutescência
Autocoroado . Moduan
Matus
Guaranazeiros
Excitam a Amazônia
A reproduzir-se. Moduan Matus
Arrepiado,
Mascarado guaxinim
Que se assusta! Moduan Matus
Mimetizados
Alguns bichos-paus
Perdem as raízes. Moduan Matus
Sabor de Brasil
A Feira de São Cristóvão
A nos nortear. Moduan Matus
No mundo da lua
As asas da imaginação
Em sobrevoos. Moduan Matus
Um internetês
Em abreviaturas
Quanto su(s)ci(n)ta! Moduan Matus
Orna os olhos
Descrevendo o brilho
Lápis-lazúli. Moduan
Matus
Sua palavra
‘Tava aferésica
Mas ia pingando. Moduan Matus
Todo gris
Ama os detalhes
Do pedrês. Moduan Matus
Foi à Glória
Flertar com uma Vitória
Em plena Aurora. Moduan Matus
Na mísula, a
Estátua enigmática
Move os olhos. Moduan MatusMeio à calçada
A moça das candongas
Não sabe calar. Moduan Matus
Enquizilado
Zum-zum-zum de zangão
Sem um harém. Moduan Matus
Murucututu
Na noite voa a ave
Em dia de caça. Moduan Matus
Certas ostras
Esculpem joias
Dos joios. Moduan Matus
Dos joios. Moduan Matus
As figurinhas
Em jogo no bafo-bafo,
Mão em mão,viram!
Moduan Matus
Poder público
De base bundamolista
Pode desancar.
Moduan
Matus
Happeninguém
Parado! Exposição
Contextualista.
Moduan
Matus
Ícaros-cupins
Carcomem a madeira
E criam... asas.
Moduan Matus
Velho circular
Na Feira do Lavradio
O culto do Rio.
Moduan Matus
Desdém de gato:
Inextricável novelo?
Bola de meia!
Moduan Matus
Na savanização
De florestas tropicais:
Homens pastando.
Moduan Matus
O tempo diz da
Necessidade de criar:
Espaço/nave.
Espaço/nave.
Moduan Matus
Pelo belo sol
Espreguiça-se o haicai
E a tarde se vai. Moduan Matus
Borboletas aboletam
As plantações.
Moduan Matus
Cúmulo do ousar:
A liberdade mudar
A outro lugar.
Moduan Matus
Lua no varal
Já vestida de nova
Em vento vernal.
Pelo quintal
Pintos e galinhas
Refazem ovos
Moduan Matus
Seus pais
Sua filosofia
Seus filhosModuan Matus
Diante da escada
Pausa para reflexão
E a escalada?
Moduan Matus
No verde amarelo
Do cacho de bananas
Pousa um azulão.
Moduan Matus
A liberdade
Não tem asas.
Tem aspas.
Moduan Matus
Sábia a sabiá
Que antes de cantar
Sonda o lugar
Sonda o lugar
Moduan Matus
Sebinhos se banham,
Na tarde, raios do sol,
Aquecem o outono
Moduan Matus
Tem as sementes:
Asas, barbatanas e patas,
Tão invisíveis!
Moduan Matus
Sonhos são tão reais
Que nossa imaginação
Cria a utopia.
Moduan Matus
Grande Moduan!
ResponderExcluir